Creating packages (Português)

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Status de tradução: Esse artigo é uma tradução de Creating packages. Data da última tradução: 2021-03-14. Você pode ajudar a sincronizar a tradução, se houver alterações na versão em inglês.

Esse artigo objetiva auxiliar usuários na criação de seus próprios pacotes usando o sistema de compilação "tipo ports" do Arch Linux, também para enviou ao AUR. Ele cobre criação de um PKGBUILD – um arquivo de descrição de compilação de pacote carregado pelo makepkg para criar um pacote binário a partir do fonte. Se já estiver em posse de um PKGBUILD, veja makepkg. Para instruções sobre regras e formas existentes para melhorar a qualidade de pacote, veja Padrões de empacotamento do Arch.

Visão Geral

Pacotes no Arch Linux são compilados usando o utilitário makepkg e as informações armazenadas em um arquivo PKGBUILD. Quando makepkg é executado, ele pesquisa por um PKGBUILD no diretório atual e segue as instruções nele para obter os arquivos necessários e/ou compilá-los para serem empacotados dentro do arquivo de pacote (pkgname.pkg.tar.zst). O pacote resultante contém arquivos binários e instruções de instalação prontos para serem instalados pelo pacman.

Um pacote do Arch é nada mais que um pacote tar, ou "tarball", comprimido usando zstd(1), que contém os seguintes arquivos gerados pelo makepkg:

  • Os arquivos binários para serem instalados.
  • .PKGINFO: contém todos os metadados necessários pelo pacman para lidar com pacotes, dependências, etc.
  • .BUILDINFO: contém informações necessárias para compilações reproduzíveis. Esse arquivo está presente somente se um pacote está compilado com pacman 5.1 ou mais recente. Veja BUILDINFO(5)
  • .MTREE: contém hashes e timestamps dos arquivos, que são incluídos na base de dados local de forma que o pacman possa verificar a integridade do pacote.
  • .INSTALL: um arquivo opcional usado para executar comandos após o estágio instalação/atualização/remoção. (Esse arquivo está presente apenas se especificado no PKGBUILD.)
  • .Changelog: um arquivo opcional mantido pelo mantenedor do pacote documentando as mudanças do pacote. (Ele não está presente em todos pacotes.)

Preparação

Pré-requisito de software

Primeiro, certifique-se de que as ferramentas necessárias estejam instaladas: o grupo de pacotes base-devel deve ser o suficiente; ele inclui make e ferramentas adicionais necessárias para compilar a partir do código-fonte.

A ferramenta chave para compilar pacotes é o makepkg (fornecido pelo pacman), que faz o seguinte:

  1. Verifica se as dependências do pacote estão instaladas.
  2. Baixa os arquivos fontes dos servidores especificados.
  3. Desempacota os arquivos fontes.
  4. Compila o software e instala-o sob um ambiente fakeroot.
  5. Remove os símbolos de binários e bibliotecas.
  6. Gera o arquivo meta do pacote que é incluído em cada pacote.
  7. Comprime o ambiente fakeroot em um arquivo de pacote.
  8. Armazena o arquivo de pacote no diretório de destino configurado, o qual é o diretório de trabalho atual por padrão.

Baixe e teste a instalação

Baixe o tarball fonte do software se você deseja empacotá-lo, extraí-lo e seguir as etapas do autor para instalar o programa. Tome nota de todos os comandos e/ou etapas necessários para compilar e instalar. Você estará repetindo os mesmos comandos no arquivo PKGBUILD.

A maioria dos autores de software seguem o ciclo de compilação em 3 etapas:

./configure
make
make install

Esse é um bom momento para se certificar o programa está funcionando corretamente.

Criação de um PKGBUILD

Quando makepkg é executado, ele procura por um arquivo PKGBUILD no diretório de trabalho atual. Se localizar um, ele baixa o código-fonte do software e compilá-o de acordo com as instruções especificadas no arquivo PKGBUILD. As instruções devem ser completamente interpretáveis pelo shell Bash. Após concluir com sucesso, os binários resultantes e metadados do pacote, isto é, informações de versão e dependências do pacote, são empacotados em um arquivo de pacote pkgname.pkg.tar.zst. O pacote recém-criado que pode ser instalado usando makepkg --install que vai chamar o pacman em plano de fundo, ou diretamente usando pacman -U pkgname.pkg.tar.zst.

Para começar a compilar um novo pacote, primeiro crie um novo diretório para o pacote e mude o diretório atual para esse novo. Então, um arquivo PKGBUILD precisa ser criado: um protótipo de PKGBUILD localizado em /usr/share/pacman/ pode ser usado ou você pode começar PKGBUILD a partir de outro pacote. A última opção pode ser uma boa escolha, se um pacote similar já existir.

Definindo as variáveis do PKGBUILD

Exemplos de PKGBUILDs estão localizados em /usr/share/pacman/. Uma explicação das variáveis possíveis no PKGBUILD pode ser encontrada no artigo PKGBUILD.

makepkg define duas variáveis que você não deve usar como parte do processo de compilação e instalação:

srcdir
aponta para o diretório no qual makepkg extrai e cria links simbólicos no vetor fonte.
pkgdir
aponta para o diretório no qual makepkg empacota o software instalado, o qual se torna o diretório raiz de seu pacote compilado.

Eles contêm caminhos absolutos, o que significa que você não tem que se preocupar com seu diretório de trabalho, se você usar essas variáveis adequadamente.

Nota: makepkg, e portanto as funções build() e package(), são feitas para serem não interativas. Utilitários interativos ou scripts chamados naquelas funções podem quebrar o makepkg, principalmente se for invocada com registro de log de compilação habilitado (--log). (Veja FS#13214.)

Funções do PKGBUILD

Ao compilar um pacote, o makepkg invocará as cinco funções seguintes se elas tiverem sido definidas no PKGBUILD. A função package() é exigida em todo PKGBUILD e sempre será invocada. Se alguma das outras funções não estiver definida, o makepkg simplesmente ignorará a invocação dessa função.

Durante a compilação, as funções são invocadas na ordem na qual elas são listadas abaixo.

prepare()

Com essa função, comandos que são usados para preparar fontes para compilação são executados, tal como patching. Essa função é executada após a extração do pacote, antes do pkgver() e a função de compilação. Se a extração for ignorada (makepkg --noextract), então prepare() não é executada.

Nota: (De PKGBUILD(5)) A função é executada no modo bash -e, o que significa que qualquer comando que sair com um status não-zero fará com que a função saia.

pkgver()

pkgver() é executado após os fontes serem obtidos, extraídos e o prepare() executado. Então, você pode atualizar a variável pkgver durante um estágio do makepkg.

Isso é particularmente útil se você estiver fazendo pacote git/svn/hg/etc., nos quais o processo de compilação pode se manter o mesmo, mas o fonte não puder ser atualizado todo dia, ou toda hora. A forma antiga de fazer isso é colocar a data no campo pkgver que, se o software não fosse atualizado, makepkg ainda iria recompilá-lo pensando que a versão foi alterada. Alguns comandos úteis para isso são git describe, hg identify -ni, etc. Por favor, teste antes de enviar um PKGBUILD, já que uma falha na função pkgver() pode parar um processo de compilação.

Nota: pkgver não pode conter espaços ou hífens (-). Usar sed para corrigir isso é comum.

build()

Agora você precisa implementar a função build() no arquivo PKGBUILD. Essa função usa comandos comuns de shell com sintaxe Bash para compilar automaticamente o software e criar um diretório chamado pkg para instalar o software. Isso permite que o makepkg empacote arquivos sem ter que examinar seu sistema de arquivos.

A primeira etapa na função build() é alterar para o diretório criado ao descompactar o tarball fonte. makepkg vai alterar o diretório atual para $srcdir antes de executar a função build(). Por tanto, na maioria dos casos, como sugerido no /usr/share/pacman/PKGBUILD.proto, o primeiro comando se parece com isso:

cd "$pkgname-$pkgver"

Agora, você precisa listar os mesmos comandos que você usou quando compilou manualmente o software. A função build(), essencialmente, automatiza tudo que você fez manualmente e compila o software no ambiente fakeroot de compilação. SE o software que você está empacotando usa um script de compilação, é uma boa prática usar --prefix=/usr ao compilar pacotes para o pacman. Muitos softwares instalam arquivos relativos ao diretório /usr/local, o que deve ser feito apenas se você está compilando manualmente do fonte. Todos os pacotes do Arch Linux devem usar o diretório /usr. Como visto no arquivo /usr/share/pacman/PKGBUILD.proto, as próximas duas linhas geralmente se parecem com isso:

./configure --prefix=/usr
make
Nota: Se seu software não precisa compilar nada, NÃO use a função build(). A função build() não é obrigatória, mas a função package() é.

check()

Lugar para as chamadas de make check ou rotinas de teste similares. É altamente recomendado ter um check() já que ela ajuda a se certificar que o software foi compilado corretamente e funciona bem com suas dependências.

Usuários que não precisam dela (e ocasionalmente mantenedores que não corrigem um pacote para isso passar) podem desabilitá-la usando BUILDENV+=('!check') no PKGBUILD/makepkg.conf ou chamar makepkg com a opção --nocheck.

package()

A etapa final é colocar os arquivos compilados em um diretório no qual makepkg possa obtê-los para criar um pacote. Isso por padrão é o diretório pkg—um ambiente fakeroot simples. O diretório pkg replica a hierarquia do sistema de arquivos raiz dos caminhos de instalação do software. Se você tiver que colocar arquivos manualmente sob a raiz de seu sistema de arquivos, você deveria instalá-los no diretório pkg sob a mesma estrutura. Por exemplo, se você deseja instalar um arquivo no /usr/bin, ele deveria ser colocado sob $pkgdir/usr/bin. Muito poucos procedimentos de instalação exibem que o usuário copie diversos arquivos manualmente. Em vez disso, para a maioria dos softwares, chamar make install servirá. A linha final deve se parecer com o seguinte para instalar corretamente o software no diretório pkg:

make DESTDIR="$pkgdir/" install
Nota: Algumas vezes é caso do DESTDIR não ser usado no Makefile; em vez disso, você pode precisar usar prefix. Se o pacote é compilado com autoconf / automake, use DESTDIR; isso é o que está documentado nos manuais. Se DESTDIR não funcionar, tente compilar com make prefix="$pkgdir/usr/" install. Se isso não funcionar, você terá que olhar mais profundamente nos comandos de instalação que são executados por "make <...> install".

makepkg --repackage executa apenas a função package(), então ele cria um pacote sem compilar. Isso pode economizar tempo, por exemplo, se você tiver alterado apenas a variável depends do pacote.

Teste do PKGBUILD e pacote

Na medida em que você escreve a função build(), você vai querer testar suas alterações frequentemente para se assegurar de que não há falhas. Você pode fazer isso usando o comando makepkg no diretório contendo o arquivo PKGBUILD. Com um PKGBUILD formatado corretamente, makepkg vai criar um pacote; com um PKGBUILD quebrado ou incompleto, ele vai gerar erros.

Se makepkg finalizar com sucesso, ele vai colocar um arquivo chamado pkgname-pkgver.pkg.tar.zst em seu diretório de trabalho. Esse pacote pode ser instalado com o comando pacman -U. Porém, só porque um aquivo de pacote foi compilado não significa que ele está totalmente funcional. Ele pode conter apenas o diretório e nenhum arquivo se, por exemplo, um prefixo foi especificado equivocadamente. Você pode usar as funções de consulta do pacman para exibir uma lista de aquivos contidos no pacote e as dependências que ele exige com pacman -Qlp [arquivo do pacote] e pacman -Qip [arquivo de pacote], respectivamente.

Se o pacote parecer estar bom, então você está pronto! Porém, se você planeja lançar o arquivo PKGBUILD, é imperativo que você verifique, e verifique de novo, o conteúdo do vetor depends.

Além disso, certifique-se de que os binários do pacote realmente são executados sem falha alguma! É irritante lançar um pacote que contém todos os arquivos necessários, mas trava por causa de alguma opção de configuração obscura que não funciona bem com o resto do sistema. Se você vai apenas compilar pacotes para o seu próprio sistema, você não precisa se preocupar tanto sobre a etapa de verificação de qualidade, pois, no final das contas, você é a única pessoa que sofrerá pelos equívocos.

Verificando sanidade do pacote

Após testar a funcionalidade do pacote, verifique-o por erros usando o namcap:

$ namcap PKGBUILD
$ namcap <nome do arquivo do pacote>.pkg.tar.zst

Namcap vai:

  1. Verificar o conteúdo do PKGBUILD por erros comuns e hierarquia de arquivos do pacote por arquivos desnecessários/colocados em lugar indevido
  2. Varrer todos os arquivos ELF no pacote usando ldd, relatando automaticamente quais pacotes com as bibliotecas compartilhadas estão faltando no depends e quais podem ser omitidas como dependências transitivas
  3. Pesquisar heuristicamente por dependências em falta ou redundantes

e muito mais.

Se habitue a verificar seus pacotes com namcap para evitar de ter que corrigir os erros mais simples após envio do pacote.

Enviando pacotes para o AUR

Por favor, leia Diretrizes de envio ao AUR para uma descrição detalhada do processo de envio.

Resumo

  1. Baixe o tarball fonte do software para empacotar.
  2. Tente compilar o pacote e instalá-lo em um diretório arbitrário.
  3. Copie o protótipo /usr/share/pacman/PKGBUILD.proto e renomeie-o para PKGBUILD em um diretório de trabalho temporário.
  4. Edite o PKGBUILD de acordo com as necessidades do seu pacote.
  5. Execute makepkg e verifique se o pacote resultante compila corretamente.
  6. Se não, repita as duas etapas anteriores.

Avisos

  • Antes de você automatizar o processo de compilação do pacote, você deve tê-lo feito manualmente pelo menos uma vez, a menos que você saiba exatamente o que você está fazendo desde já, caso em que você não precisaria estar lendo isso em primeiro lugar. Infelizmente, apesar de uma boa quantidade de autores de programas seguirem o ciclo de compilação de 3 etapas de "./configure; make; make install", não é sempre que isso ocorre e as coisas podem dar muito errado se você tiver que aplicar patches para fazer tudo funcionar. Regra do polegar: Se você não puder fazer o programa compilar a partir do tarball fonte e fazê-lo ser instalado para um subdiretório temporário definido, você não precisa se quer empacotá-lo. Não há nenhum pozinho mágico no makepkg que faça os problemas do código-fonte sumirem.
  • Em alguns casos, os pacotes nem mesmo estão disponíveis e você tem que usar alguma coisa como sh installer.run para fazê-los funcionar. Você terá que fazer uma boa pesquisa (ler os READMEs, instruções de INSTALL, páginas man, talvez ebuilds do Gentoo ou outros instaladores de pacote, possivelmente até os MAKEFILEs ou o código-fonte) para fazê-lo funcionar. Em alguns casos realmente sérios, você tem que editar os arquivos fontes para fazê-los funcionar. Porém, makepkg precisa ser completamente autônomo, com nenhuma entrada de usuário. Portanto, se você precisa editar os makefiles, você pode ter que juntar um patch personalizado ao PKGBUILD e instalá-lo de dentro da função prepare(), ou você pode ter que usar alguns comandos sed de dentro da função prepare().

Diretrizes mais detalhadas

Diretrizes de pacotes do Arch

32-bitCLRCMakeCrossDKMSEclipseElectronFonteFree PascalGNOMEGoHaskellJavaKDEKernelLispMesonMinGWNode.jsNonfreeOCamlPerlPHPPythonRRubyRustVCSWebWine

Geradores de PKGBUILD

PKGBUILDs para alguns pacotes podem ser gerados automaticamente.

Nota: Usuários ainda são responsáveis por garantir que o pacote atende os padrões de alta qualidade antes de enviar os arquivos gerados para o AUR.

Veja também