Environment variables (Português)

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Status de tradução: Esse artigo é uma tradução de Environment variables. Data da última tradução: 2020-07-06. Você pode ajudar a sincronizar a tradução, se houver alterações na versão em inglês.

Uma variável de ambiente é um objeto nomeado que contém dados usados por um ou mais aplicativos. Em termos simples, é uma variável com um nome e um valor. O valor de uma variável ambiental pode, por exemplo, ser a localização de todos os arquivos executáveis no sistema de arquivos, o editor padrão que deve ser usado ou as configurações de localidade do sistema. Os usuários novos no Linux geralmente podem encontrar essa maneira de gerenciar as configurações um pouco incontrolável. No entanto, as variáveis de ambiente fornecem uma maneira simples de compartilhar configurações entre vários aplicativos e processos no Linux.

Utilitários

O pacote coreutils contém os programas printenv e env. Para listar as variáveis de ambiente atuais com valores:

$ printenv
Nota: Algumas variáveis de ambiente são específicas do usuário. Verifique comparando as saídas de printenv como um usuários comum e como root.

O utilitário env pode ser usado para executar um comando sob um ambiente modificado. O seguinte exemplo vai iniciar xterm com a variável de ambiente EDITOR definida para vim. Isso não afetará a variável de ambiente global EDITOR.

$ env EDITOR=vim xterm

O comando set, embutido no Bash, permite alterar as variáveis de opções shell e definir os parâmetros posicionais, ou para exibir os nomes das variáveis de shell. Para mais informações, veja a documentação do set.

Cada processo armazena seu ambiente no arquivo /proc/$PID/environ. Esse arquivo contém um par de chave-valor delimitado por um caractere nulo (\x0). Um formato mais legível para humanos pode ser obtido com o sed, p.ex. sed 's:\x0:\n:g' /proc/$PID/environ.

Definindo variáveis

Globalmente

A maioria das distribuições do Linux diz-lhe para alterar ou adicionar definições de variáveis de ambiente em /etc/profile ou em outros locais. Tenha em mente que também existem arquivos de configuração específicos do pacote contendo configurações de variáveis, como /etc/locale.conf. Certifique-se de manter e gerenciar as variáveis de ambiente e prestar atenção aos inúmeros arquivos que podem conter variáveis de ambiente. Em princípio, qualquer script shell pode ser usado para inicializar variáveis ambientais, mas seguindo as convenções UNIX tradicionais, essas declarações devem estar presentes apenas em determinados arquivos.

Os seguintes arquivos devem ser usados para definir variáveis de ambiente globais em seu sistema: /etc/environment, /etc/profile e arquivos de configuração específicos do shell. Cada um desses arquivos tem diferentes limitações, então você deve selecionar cuidadosamente o apropriado para seus propósitos.

  • /etc/environment é usado pelo módulo pam_env e é agnóstico do shell, portanto script ou expansão glob não podem ser usados. O arquivo aceita apenas pares variável=valor. Veja pam_env(8) e pam_env.conf(5) para detalhes.

Neste exemplo, adicionamos o diretório ~/bin ao PATH para o respectivo usuário. Para fazer isso, basta colocar isso em seu arquivo de configuração global de variável de ambiente (/etc/profile ou /etc/bash.bashrc):

# Se o ID do usuário for maior ou igual a 1000 & se ~/bin existir e é um diretório e se ~/bin ainda não estiver no seu $PATH
# então exporta ~/bin para seu $PATH.
if [[ $UID -ge 1000 && -d $HOME/bin && -z $(echo $PATH | grep -o $HOME/bin) ]]
then
    export PATH="${PATH}:$HOME/bin"
fi

Por usuário

Nota: O daemon dbus e a instância de usuário do systemd não herdam quaisquer variáveis de ambiente definidas em lugares como ~/.bashrc etc. Isso significa que, por exemplo, programas ativados por dbus, como o GNOME Files não vão usá-las por padrão. Veja Systemd/User#Environment variables.

Nem sempre você deseja definir uma variável de ambiente globalmente. Por exemplo, você pode querer adicionar /home/meu_usuário/bin à variável PATH, mas não deseja que todos os outros usuários em seu sistema tenham isso em seus PATH também. Variáveis de ambiente locais pode ser definidos em muitos arquivos diferentes:

Para adicionar um diretório para o PATH para uso local, coloque o seguinte em ~/.bash_profile:

export PATH="${PATH}:/home/meu_usuário/bin"

Para atualizar a variável, autentique-se novamente ou use source para carregar novamente o arquivo: $ source ~/.bash_profile.

Ambiente gráfico

Variáveis de ambiente para aplicativos do Xorg podem ser definidos em xinitrc, ou em xprofile ao usar um gerenciador de exibição, por exemplo:

~/.xinitrc
export PATH="${PATH}:${HOME}/scripts"
export GUIVAR=value

Aplicativos que usam Wayland pode usar variáveis de ambiente de usuário systemd, pois o Wayland não inicia qualquer arquivo relacionado ao Xorg:

~/.config/environment.d/envvars.conf
PATH=$PATH:${HOME}/scripts
GUIVAR=value

Para definir variáveis de ambiente apenas para um aplicativo específico em vez de toda a sessão, edite o arquivo .desktop do aplicativo. Veja Entradas de desktop#Modificar variáveis de ambiente para instruções.

Dica: KDE Plasma possui suporte a execução de shell scripts no login e mesmo após iniciar o Plasma, eles podem ser usados para definir variáveis de ambiente. Veja KDE (Português)#Inicialização automática.

Por sessão

Às vezes, são necessárias definições ainda mais rigorosas. Pode-se querer executar temporariamente executáveis a partir de um diretório específico criado sem ter que digitar o caminho absoluto para cada um, ou editar arquivos de configuração do shell pelo curto período de tempo necessário para executá-los.

Nesse caso, você pode definir a variável PATH em sua sessão atual, combinada com o comando export. Enquanto você não terminar, a variável PATH usará as configurações temporárias. Para adicionar um diretório específico da sessão para PATH, emita:

$ export PATH="${PATH}:/home/meu_usuário/tmp/usr/bin"

Exemplos

A seção a seguir lista uma série de variáveis de ambiente comuns usadas por um sistema Linux e descreve seus valores.

  • DE indica o ambiente desktop (Desktop Environment) sendo usado. xdg-open vai usá-la para escolher um aplicativo seletor de arquivo mais amigável para o usuário que o ambiente desktop fornece. Alguns pacotes precisam ser instalados para usar esse recurso. Para o GNOME, que seria o libgnomeAUR; para o Xfce esse seria o exo. Valores reconhecidos da variável DE são: gnome, kde, xfce, lxde e mate.
A variável de ambiente DE precisa ser exportada antes de iniciar o gerenciador de janela. Por exemplo:
~/.xinitrc
export DE="xfce"
exec openbox
Isso fará com que xdg-open use o mais amigável exo-open, porque ele presume que está executando dentro do Xfce. Use exo-preferred-applications para configurar.
  • DESKTOP_SESSION é similar ao DE, mas usado no ambiente desktop LXDE: quando DESKTOP_SESSION é definido para LXDE, xdg-open vai usar associações de arquivos do pcmanfm.
  • PATH contém uma lista, separada por caractere de dois pontos, de diretórios nos quais seu sistema procura por arquivos executáveis. Quando um comando comum (p.ex.: ls, systemctl ou pacman) é interpretado pelo shell (p.ex., bash ou zsh), o shell procura por um arquivo executável com o mesmo nome que seu comando nos diretórios listados, e o executa. Para executar os executáveis que não estão listados no PATH, um caminho relativo ou absoluto para o executável deve ser dado, como, por exemplo, ./a.out ou /bin/ls.
Nota: É aconselhável não incluir o diretório de trabalho atual (.) no seu PATH por motivos de segurança, pois pode enganar o usuário para executar comandos maliciosos.
  • HOME contém o caminho para o diretório inicial do usuário atual. Esta variável pode ser usada por aplicativos para associar arquivos de configuração e tal como com o usuário que está executando-o.
  • PWD contém o caminho para o seu diretório de trabalho.
  • OLDPWD contém o caminho de seu diretório de trabalho anterior, isto é, o valor de PWD antes do último cd ser executado.
  • TERM contém o tipo de terminal em execução, como xterm-256color. Ele é usado por programas em execução no terminal que desejem usam capacidades específicas do terminal.
  • MAIL contém a localização de e-mails de entrada. A configuração tradicional é /var/spool/mail/$LOGNAME.
  • ftp_proxy e http_proxy contêm o servidor de proxy FTP e HTTP, respectivamente:
ftp_proxy="ftp://192.168.0.1:21"
http_proxy="http://192.168.0.1:80"
  • MANPATH contém uma lista, separada por caractere de dois pontos, de diretório nos quais o man pesquisa por páginas man.
Nota: No /etc/profile, há um comentário que afirma "Man é muito melhor que nós para descobrir isso", então essa variável geralmente deve ser deixada não definido. Veja manpath(5).
  • INFODIR contém uma lista, separada por caracteres de dois pontos, de diretórios nos quais o comando info pesquisa por páginas info, p.ex.: /usr/share/info:/usr/local/share/info
  • TZ pode ser usado para definir um fuso horário diferente como o do usuário. Os fusos listados em /usr/share/zoneinfo/ podem ser usados como referências, por exemplo TZ=":/usr/share/zoneinfo/Pacific/Fiji". Ao apontar a variável TZ para um arquivo de zoneinfo, deve-se iniciar com um caractere de dois pontos, conforme o manual do GNU.

Programas padrão

  • SHELL contém o caminho para o shell preferido do usuário. Note que isso não é necessariamente o shell que está sendo usado no momento, apesar do Bash definir essa variável na inicialização.
  • PAGER contém o comando para executar o programa de listagem de conteúdo dos arquivos, p.ex. /bin/less.
  • EDITOR contém o comando para executar o programa leve usado para edição de arquivos, p.ex. /usr/bin/nano. Por exemplo, você pode escrever uma opção interativa entre o gedit sob X ou nano, neste exemplo:
export EDITOR="$(if [[ -n $DISPLAY ]]; then echo 'gedit'; else echo 'nano'; fi)"
  • VISUAL contém o comando para executar o editor de pleno direito que é usado para tarefas mais exigentes, como a edição de mensagens de correio (p.ex., vi, vim, emacs etc).
  • BROWSER contém o caminho para o navegador web. Útil para configurar um arquivo de configuração de shell interativo para que ele possa ser alterado dinamicamente dependendo da disponibilidade de um ambiente gráfico, como o X:
if [ -n "$DISPLAY" ]; then
    export BROWSER=firefox
else 
    export BROWSER=links
fi

Usando pam_env

O módulo PAM pam_env(8) carrega as variáveis a serem definidas no ambiente dos seguintes arquivos: /etc/security/pam_env.conf, /etc/environment e ~/.pam_environment.

  • /etc/environment deve consistir de pares VARIÁVEL=valor simples em linhas separadas, por exemplo:
    EDITOR=nano
  • /etc/security/pam_env.conf e ~/.pam_environment compartilham o mesmo formato a seguir:
    VARIÁVEL [DEFAULT=valor] [OVERRIDE=valor]
    @{HOME} e @{SHELL} são variáveis especiais que expandem para o que está definido no /etc/passwd. O exemplo a seguir ilustra como expandir a variável de ambiente HOME em outra variável:
    XDG_CONFIG_HOME   DEFAULT=@{HOME}/.config
    Nota: As variáveis ${HOME} e ${SHELL} não são vinculadas as variáveis de ambiente HOME e SHELL, elas não estão definidas por padrão.
    O formato também permite expandir variáveis definidas nos valores de outras variáveis usando ${VARIÁVEL} , tipo isso:
    GNUPGHOME        DEFAULT=${XDG_CONFIG_HOME}/gnupg
    Pares VARIÁVEL=valor também são permitidos, mas não há suporte a expansão de variável naqueles pares. Veja pam_env.conf(5) para mais informações.
Nota: Esses arquivos são lidos antes de outros arquivos, em especial antes de ~/.profile, ~/.bash_profile e ~/.zshenv.

Veja também